sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sintaxe À Vontade

"Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
Bem vindo ao teatro mágico!
sintaxe a vontade..."

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e
ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas,
entre vírgulas
e estar entre vírgulas é aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua prece
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou
não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
é muitas vezes, encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores

Clik aqui: O Teatro Mágico

quinta-feira, 7 de maio de 2009

1º Ato

Respeitavel Publico,
sejam bem vindos…
Aonde o espetaculo começa, com uma platéia de meia duzia de três,
Aonde o primeiro ato se inicia, e não se entende quando o ator, atua pela primeira
vez,
Aonde apenas um não consegue entender pra que que veio,
Aonde um realejo tira tua sorte, mais deixa tudo pelo meio,
Aonde você pensa que tudo que sempre sonhou tenha acabado,
E entre o rubro sangue da amada, e o sádico prazer de vê-la ao chão,
Você consegue refletir, e sentir cada gota, a o majestoso prazer de fim de uma paixão.
E que o segundo ato se inicie, como aquele que se foi, e que será lembrado um um dia
E que você tome cuitados com tuas escolhas, pense bem no que faz, pq afirmo que não terá alguma garantia
E que quando sentir um maravilhoso perfume, um que lhe cause intensa paixão,
Tome todo cuidado, para que não seja mais um engano, e o faça acabar, deitado em um caixão,
E por mais que hajam temporais, os mais fortes que possam haver
Tenha sempre a tua força, para que nenhum dos obstaculos superem o que de bom em vc há de ter
E chegado ao fim da linha, vendo que não viveu tudo o que tinha de viver…
Se arrependerá de tudo que não fez, dos amores, das familias,
dos filhos que deixou de fazer…Verás, como um filme, toda, tua existencia, do inicio ao fim, passar diante dos teus olhos…
E se memso assim, depois de tudo isso, depois de se arrepender de tudo que tenha vivido…Depois de tanta amargura…
Depois de tanto chorar…
Do que podemos conversar?
Baila Tango

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Trecho final de “As cidades Invisíveis”, de Italo Calvino

O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.